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que deixa de saber qual é a sua verdade, fica perdido nos labirintos do tempo
e da história, sem valores claramente definidos, sem objectivos grandiosos
claramente enunciados. Prezados amigos, há toda uma aprendizagem a fazer
quanto à forma de a Igreja estar no mundo, levando a sociedade a perceber
que, proclamando a verdade, é um serviço que a Igreja presta à sociedade,
abrindo horizontes novos de futuro, de grandeza e dignidade. Com efeito, a
Igreja « tem uma missão ao serviço da verdade para cumprir, em todo o
tempo e contingência, a favor de uma sociedade à medida do ser humano,
da sua dignidade, da sua vocação. [...] A fidelidade à pessoa humana exige a
fidelidade à verdade, a única que é garantia de liberdade 1 e da possibilidade
dum desenvolvimento humano integral. É por isso que a Igreja a procura,
anuncia incansavelmente e reconhece em todo o lado onde a mesma se apre-
sente. Para a Igreja, esta missão ao serviço da verdade é irrenunciável ».2 Para
uma sociedade composta na sua maioria por católicos e cuja cultura foi
profundamente marcada pelo cristianismo, é dramático tentar encontrar a
verdade sem ser em Jesus Cristo. Para nós, cristãos, a Verdade é divina; é o
« Logos » eterno, que ganhou expressão humana em Jesus Cristo, que pôde
afirmar com objectividade: «Eu sou a verdade ».3 A convivência da Igreja, na
sua adesão firme ao carácter perene da verdade, com o respeito por outras
« verdades » ou com a verdade dos outros é uma aprendizagem que a própria
Igreja está a fazer. Nesse respeito dialogante, podem abrir-se novas portas
para a comunicação da verdade.
« A Igreja - escrevia o Papa Paulo VI - deve entrar em diálogo com o
mundo em que vive. A Igreja faz-se palavra, a Igreja torna-se mensagem, a
Igreja faz-se diálogo ».4 De facto, o diálogo sem ambiguidades e respeitoso das
partes nele envolvidas é hoje uma prioridade no mundo, à qual a Igreja não se
subtrai. Disso mesmo dá testemunho a presença da Santa Sé em diversos
organismos internacionais, nomeadamente no Centro Norte-Sul do Conselho
da Europa instituı́do há 20 anos aqui em Lisboa, tendo como pedra angular o
diálogo intercultural a fim de promover a cooperação entre a Europa, o Sul
do Mediterrâneo e a África e construir uma cidadania mundial fundada sobre
os direitos humanos e as responsabilidades dos cidadãos, independentemente
da própria origem étnica e adesão polı́tica, e respeitadora das crenças religio-
1 Cfr. Jo 8, 32. 2 Bento XVI, Enc. Caritas in veritate, 9. 3 Jo 14, 6. 4 Enc. Ecclesiam suam, 67.